Comentário ao Evangelho do dia (Mateus 6,1-6.16-18) feito por:
Santa Teresa Benedita da Cruz [Edith Stein] (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
A Oração da Igreja
«Quando orares, entra para o quarto mais secreto»
Tudo é um para aqueles que chegaram à unidade profunda da vida divina: o descanso e a acção, contemplar e agir, calar e falar, escutar e abrir-se, receber em si o dom de Deus e dar amor em abundância nas acções de graças e no louvor [...] Temos de escutar em silêncio durante horas, deixar a palavra divina dilatar-se em nós, incitando-nos a louvar a Deus na oração e no trabalho.
Também as formas tradicionais nos são necessárias e devemos participar no culto público tal como a Igreja o ordena, para que a nossa vida interior desperte, se mantenha no caminho correcto e encontre a expressão que lhe convém. O louvor solene a Deus exige santuários na Terra, para ser celebrado com a perfeição de que os homens são capazes. Daí, em nome da Santa Igreja, subirá aos céus, e agirá sobre todos os seus membros, despertando-lhes a vida interior e estimulando a sua força fraterna. Mas para que tal canto de louvor seja vivificado desde o interior, é preciso também que haja nesses locais de oração tempos reservados ao aprofundamento espiritual no silêncio; se não, tais louvores degenerarão em meros balbuceios de lábios, desprovidos de vida. Graças à existência desses centros de vida interior, tal perigo é afastado: as almas podem aí meditar diante de Deus no silêncio e na solidão, para que, no coração da Igreja, sejam os cantores do amor que tudo vivifica.
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