Comentário ao Evangelho do dia (Marcos 12,13-17) feito por:
Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Sobre a Encarnação do Verbo, 13
Cristo é a imagem de Deus invisível; nele temos a redenção e a remissão dos pecados (Col 1, 14.15)
Dado que os homens se tornaram insensatos e que o engano dos demónios lançou a sua sombra de todos os lados e escondeu o conhecimento do verdadeiro Deus, o que é que Deus deveria fazer? Calar-se perante uma situação destas? Aceitar que os homens sejam extraviados assim e não conheçam a Deus?... Deus não vai permitir que as suas criaturas se extraviem para longe dele e sejam sujeitas ao nada, sobretudo se este extravio se torna para eles causa de ruína e de perda, quando os seres que participaram na imagem de Deus (Gn 1,26) não devem perecer? Que é pois necessário que Deus faça? Que fazer, senão renovar neles a sua imagem, a fim de que os homens possam de novo conhecê-lo?
Mas como fazer isto, a não ser pela presença da imagem do próprio Deus (Col 1,15), nosso Salvador Jesus Cristo? Isso não é realizável pelos homens, porque eles não são a imagem mas criados segundo a imagem; isto também não é realizável pelos anjos, porque mesmo eles não são imagens. Foi por isso que o Verbo de Deus veio ele próprio, ele que é a imagem do Pai, a fim de estar em condições de restaurar a imagem no fundo do ser dos homens. Além disso, isso não podia produzir-se se a morte e a degradação que a segue não fossem destruídos. Foi por isso que ele tomou um corpo mortal, a fim de poder destruir a morte e restaurar os homens feitos segundo a imagem de Deus. A imagem do Pai, portanto, o seu santíssimo Filho, veio até nós para renovar o homem feito à sua semelhança e para o encontrar, dado que estava perdido, pela remissão dos seus pecados, como ele próprio disse: «Eu vim procurar e salvar o que estava perdido» (Lc 19,10).
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