Odes de Salomão (texto cristão hebraico do princípio do séc. II)
n.º 28
n.º 28
«Procuravam de novo prendê-Lo, mas Ele escapou-se-lhes das mãos»
Como asas de pombas que protegem as crias […]
Assim são as asas do Espírito sobre o meu coração.
O meu coração rejubila e estremece
Qual criança no seio da mãe.
Cri e encontrei o descanso
Aquele em quem eu acreditei é fiel.
Abençoou-me
E a minha cabeça para Ele se voltou.
Gládio algum, ou espada
d’Ele me separará,
Preparei-me, antes da hora da perda,
Em seus braços incorruptíveis me acalentei.
A vida imortal a tal me levou, me constrangiu ;
E dela vem o Espírito que me habita ;
Que não pode morrer, porque é a vida.
[Fala Jesus Cristo :]
Os que me viram em espanto ficaram
Porque eu era perseguido.
Pensavam-me aniquilado,
Porque a seus olhos eu estava perdido.
Mas a opressão tornou-se a minha salvação.
Tornara-me objecto de desprezo.
Em mim nada havia que invejar ;
A todos fazia o bem,
E fui odiado por isso.
Como cães enraivecidos me cercaram (Sl 21, 17),
Insensatos que contra seus amos se revoltam;
Têm corrompida a inteligência, pervertido o espírito.
Retive as águas do meu lado direito,
Em mansidão suportei-lhes o rancor.
Não pereci, pois não era dessa casta,
O meu nascimento não foi como o seu.
Procuraram a minha morte e não o conseguiram ;
Eu era mais antigo que a sua memória.
Sobre Mim em vão se arremessaram
Os que Me perseguiam ;
Em vão procuraram extinguir
A memória d’Aquele que era antes deles.
Nada pode ultrapassar o desígnio do Altíssimo,
O seu coração é superior a toda a sabedoria.
Aleluia !
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