Comentário ao Evangelho do dia (Mateus 13,10-17) feito por:
S. Justino (cerca 100-160), filósofo, mártir
Primeira apologia, 1.30-31
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês vêem»
Ao imperador Adriano, César Augusto e a Veríssimo, seu filho filósofo, e a Lício, filósofo, e ao Senado e a todo o povo romano, em favor dos homens de todas as raças que sã injustamente odiados e perseguidos, sendo eu um deles, Justino, de Néapolis [Nablus] na Síria da Palestina, dirijo este discurso...
Argumenta-se que aquele que nós chamamos o Cristo é apenas um homem, nascido de um homem, que os prodígios que lhe atribuímos são devidos a artes mágicas e que ele conseguiu fazer-se passar por Filho de Deus. A nossa demonstração não se apoiará sobre dizeres, mas sobre as profecias feitas antes dos acontecimentos, nas quais devemos necessariamente acreditar: porque vimos e vemos ainda realizar-se aquilo que foi profetizado...
Houve nos judeus profetas de Deus pelos quais o Espírito profético anunciou antecipadamente acontecimentos futuros. As suas profecias foram cuidadosamente guardadas tal como haviam sido proferidas, pelos sucessivos reis da Judeia nos livros escritos em hebreu pela mão dos profetas...
Ora, nós lemos nos livros dos profetas que Jesus, nosso Cristo, devia vir, que ele nasceria de uma virgem, que ele apareceria com o aspecto de homem, que curaria toda a doença e toda a enfermidade, que ressuscitaria os mortos, que ignorado e perseguido, seria crucificado, que morreria, que ressuscitaria e subiria ao céu, que é e será reconhecido Filho de Deus, que enviaria alguns a anunciar estas coisas ao mundo e que seriam sobretudo os pagãos que acreditariam nele. Estas profecias foram feitas cinco mil, dois mil, mil, oitocentos anos antes da sua vinda porque os profetas sucederam-se uns aos outros de geração em geração.
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