Comentário ao Evangelho do dia (Lucas 11,15-26) feito por
São Macário (?-405), monge no Egipto
Homilia 33
«A Sua própria casa somos nós» (Heb 3, 6)
O Senhor instala-Se numa alma fervorosa, faz dela o Seu trono de glória, toma assento nela e nela permanece. [...] Esta casa onde habita o seu mestre é toda graça, ordem e beleza, assim como a alma com quem o Senhor permanece é toda ordem e beleza. Ela possui o Senhor e todos os Seus tesouros espirituais. Ele habita nela, e nela domina.
Que terrível, porém, é a casa de onde o Senhor está ausente, longe da qual o Senhor se encontra! Esta casa deteriora-se, arruína-se, enche-se de manchas e de desordem, tornando-se, na palavra do profeta, lugar de reunião de serpentes e de sátiros, casa abandonada que se enche de gatos selvagens, de hienas e de cardos (Is 35, 11-15). Infeliz da alma que não consegue levantar-se de queda tão funesta, que se deixa prender e acaba por odiar o esposo e por desviar os seus pensamentos de Jesus Cristo!
Mas quando o Senhor a vê recolher-se e procurar, noite e dia, o seu Senhor, chamá-lo como Ela a convida a fazer: «Orai sem desfalecer», então «Deus far-lhe-á justiça» (Lc 18, 1-7), como prometeu, e purificá-la-á de todo o mal, fazendo dela uma esposa «sem mancha nem ruga» (Ef 5, 27). Acredita na Sua promessa, que é a verdade. Verifica se a tua alma encontrou a luz que lhe iluminará os passos, bem como o alimento e a bebida verdadeiros, que são o Senhor. Ainda os não tens? Procura noite e dia, e encontrá-los-ás.
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