S. Nicolau Cabasilas (cerca 1320-1363), teólogo laico grego
A Vida em Cristo, IV, 6-8
«Se alguém me ama..., meu Pai amá-lo-á, e habitaremos nele»
A promessa vinculada à mesa eucarística faz-nos habitar em Cristo e Cristo em nós, porque está escrito: «Permanece em Mim e Eu nele» (Jo 6,56). Se Cristo habita em nós, de que necessitaremos? O que nos poderá faltar? Se permanecemos em Cristo, que mais poderemos desejar? Ele é ao mesmo tempo nosso hóspede e nossa morada. Nós somos felizes por sermos sua habitação! Que alegria em sermos nós próprios a morada de um tal hóspede! Que bem poderia faltar aos que ele trata deste modo? Que teriam eles de comum com o mal, os que resplandecem numa tal luz? Que mal poderia resistir a tanto bem? Mais ninguém pode morar em nós ou vir assaltar-nos quando Cristo se une a nós deste modo. Ele rodeia-nos e penetra o mais profundo de nós mesmos; ele é a nossa protecção, o nosso refúgio; ele encerra-nos de todos os lados. Ele é nossa morada, e é o hóspede que enche toda a sua casa.
Porque nós não recebemos uma parte dele mas ele próprio, não um raio de luz mas o sol..., a ponto de formar com ele um só espírito (1Cor 6,17) ... A nossa alma está unida à sua alma, o nosso corpo ao seu corpo e o nosso sangue ao seu sangue... Como disse S. Paulo: «O nosso ser mortal é absorvido pela vida» (2Cor 5,4) e «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim» (Gal 2,20).
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