ANIVERSÁRIO DA PARÓQUIA

Aniversário da Paróquia no próximo dia 2 de Fevereiro. Celebração às 19h30 na Igreja. Jantar no Centro Paroquial. Inscrições para o jantar na portaria do Convento (Telf. 226165760).

Madrid 2011

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Domingo da semana VII do Tempo Comum - reflexão...


Marcos 2,1-12:


Dias depois, tendo Jesus voltado a Cafarnaúm, ouviu-se dizer que estava em casa. Juntou-se tanta gente que nem mesmo à volta da porta havia lugar, e anunciava-lhes a Palavra. Vieram, então, trazer-lhe um paralítico, transportado por quatro homens. Como não podiam aproximar-se por causa da multidão, descobriram o tecto no sítio onde Ele estava, fizeram uma abertura e desceram o catre em que jazia o paralítico. Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações: «Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Porque discorreis assim em vossos corações? Que é mais fácil? Dizer ao paralítico: 'Os teus pecados estão perdoados’, ou dizer: 'Levanta-te, pega no teu catre e anda’? Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder para perdoar os pecados, Eu te ordeno disse ao paralítico: levanta-te, pega no teu catre e vai para tua casa.» Ele levantou-se e, pegando logo no catre, saiu à vista de todos, de modo que todos se maravilhavam e glorificavam a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa assim!»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

São João Crisóstomo (cerca de 345-407), presbítero em Antioquia e depois Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja

Homilias sobre São Mateus, n° 29

«Por que fala assim?»

Os doutores da Lei diziam: «Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Qual é a resposta do Salvador? Terá desaprovado o que diziam? Se Ele não fosse igual a Deus, deveria ter-lhes dito: «Por que me atribuís uma tal pretensão?» [...] Mas não disse nada disso; pelo contrário, confirmou esta afirmação dos seus inimigos. Dar testemunho de si mesmo levanta suspeitas; é melhor que a verdade seja apoiada por outros, que não apenas os seus amigos, mas é ainda melhor se o for pelos seus inimigos. [...] O nosso Mestre tinha demonstrado a Sua força junto dos Seus amigos quando dissera ao leproso: «Quero, fica purificado» (Mc 1,41) e ao centurião: «Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé!» (Mt 8,10). Agora, faz com que sejam os seus inimigos a testemunhar [...].

Mas há aqui, ainda, um outro testemunho da divindade de Jesus Cristo, do facto de Ele ser igual ao Pai. Não somente porque apenas Deus pode perdoar os pecados, mas ainda porque só Ele pode penetrar os pensamentos secretos dos corações. Aqui está escrito: «Jesus percebeu logo, em seu íntimo, que eles assim discorriam; e disse-lhes: «Por que discorreis assim em vossos corações?»» O profeta escreve: «Só Tu conheces o coração dos homens» (2Cr 6,30); «Tu, que perscrutas o íntimo dos corações» (Sl 7,10) [...]; «o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração» (1Sm 16,7). Ao mesmo tempo, Cristo dá uma nova prova da sua ternura: «Por que discorreis [o mal] nos vossos corações?» [...]

«Que vos parece mais fácil: curar um corpo enfermo ou perdoar os pecados de uma alma? A alma é mais elevada; as suas doenças são mais difíceis de curar. Mas, como essa cura é invisível, farei, sob os vossos olhos, uma cura visível, embora menos importante» [...]. Assim, Jesus faz levantar o paralítico e manda-o voltar para casa [...]. Parece dizer-lhe: «Através daquilo que te aconteceu, Eu gostaria de curar estas pessoas, que parecem de boa saúde, mas que, na realidade, têm a alma doente. Mas, visto que não querem, vai tu para tua casa; pelo menos lá, a tua cura dará frutos.»

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

6ª-feira da semana V do Tempo Comum - reflexão...


Marcos 7,31-37:


Tornando a sair da região de Tiro, veio por Sídon para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua. Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: «Effathá», que quer dizer «abre-te.» Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente. Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. No auge do assombro, diziam: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos.»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Concílio Vaticano II

«Gaudium et Spes», Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo actual, §§ 19-21

Alguns permanecem surdos aos apelos de Deus

A razão mais sublime da dignidade do homem consiste na sua vocação à união com Deus. É desde o começo da sua existência que o homem é convidado a dialogar com Deus; pois se existe, é só porque, criado por Deus por amor, é por Ele por amor constantemente conservado; nem pode viver plenamente segundo a verdade, se não reconhecer livremente esse amor e se entregar ao seu Criador. Porém, muitos dos nossos contemporâneos não atendem a esta íntima e vital ligação a Deus, ou até a rejeitam explicitamente; de tal maneira que o ateísmo deve ser considerado entre os factos mais graves do tempo actual. [...]

Enquanto alguns ateus negam expressamente Deus, outros pensam que o homem não pode afirmar seja o que for a Seu respeito; outros ainda, tratam o problema de Deus de tal maneira, que ele parece não ter significado. Muitos, ultrapassando indevidamente os limites das ciências positivas, ou pretendem explicar todas as coisas só com os recursos da ciência, ou, pelo contrário, já não admitem nenhuma verdade absoluta. [...] Outros concebem Deus de uma tal maneira, que aquilo que rejeitam não é de modo algum o Deus do Evangelho. Outros há que nem sequer abordam o problema de Deus: parecem alheios a qualquer inquietação religiosa e não percebem por que motivo se devem ainda preocupar com a religião. Além disso, o ateísmo nasce muitas vezes dum protesto violento contra o mal que existe no mundo. [...]

Não se deve passar em silêncio, entre as formas actuais de ateísmo, aquela que espera a libertação do homem sobretudo da sua libertação económica.

A Igreja [...], consciente da gravidade dos problemas levantados pelo ateísmo e levada pelo amor que tem a todos os homens, entende que eles devem ser objecto de um exame sério e profundo. A Igreja defende que o reconhecimento de Deus de modo algum se opõe à dignidade do homem, uma vez que esta dignidade se funda e se realiza no próprio Deus. Com efeito, o homem, ser inteligente e livre, foi constituído em sociedade por Deus Criador; mas é sobretudo chamado a unir-se a Deus como filho e a participar na Sua felicidade.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

5ª-feira da semana V do Tempo Comum - reflexão...


Marcos 7,24-30:


Partindo dali, Jesus foi para a região de Tiro e de Sídon. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse, mas não pôde passar despercebido, porque logo uma mulher que tinha uma filha possessa de um espírito maligno, ouvindo falar dele, veio lançar-se a seus pés. Era gentia, siro-fenícia de origem, e pedia-lhe que expulsasse da filha o demónio. Ele respondeu: «Deixa que os filhos comam primeiro, pois não está bem tomar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos.» Mas ela replicou: «Dizes bem, Senhor; mas até os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos.» Jesus disse: «Em atenção a essa palavra, vai; o demónio saiu de tua filha.» Ela voltou para casa e encontrou a menina recostada na cama. O demónio tinha-a deixado.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Guigues de Chartres (1083-1136), Prior da Grande Cartuxa

Carta sobre a vida contemplativa, 6-7 (trad. Orval ; cf SC 163, p. 95)

«Ela veio lançar-se a Seus pés»

«Senhor, Tu que só os corações puros podem ver (Mt 5, 8), eu procuro, na leitura e na meditação, encontrar a verdadeira pureza do coração e a forma de a obter para poder, graças a ela, conhecer-Te, por pouco que seja. Procurei o Teu rosto, Senhor, procurei o Teu rosto (Sl 26, 8). Meditei muito dentro do meu coração, e um fogo se iluminou na minha meditação: o desejo de Te conhecer melhor. Quando Tu partes para mim o pão da Sagrada Escritura, eu reconheço-Te nessa fracção de pão (Lc 24, 30-35). E quanto melhor Te conheço, mais desejo conhecer-Te, não só no sentido do texto, mas no sabor da experiência.

Não o peço, Senhor, pelos meus méritos, mas por causa da Tua misericórdia. Devo confessar que sou, realmente, pecador e indigno, mas «mas até os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas dos filhos». Dá-me portanto, Senhor, em fiança pela herança futura, ao menos uma gota da chuva celeste para refrescar a minha sede, pois estou sequioso de amor. [...]»

É através deste tipo de discursos que a alma chama pelo seu Esposo. E o Senhor, que olha pelos justos e que não ouve apenas as suas preces mas está presente nessa oração, não espera pelo final. Ele interrompe o discurso a meio; aparece de repente, vem rapidamente ao encontro da alma que O deseja, fluindo no doce orvalho do céu como o perfume mais precioso. Ele recria a alma fatigada, alimenta a que tem fome, fortifica a sua fragilidade, reaviva-a mortificando-a através de um admirável esquecimento de si própria, torna-a sóbria ao enebriá-la.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

3ª-feira da semana V do Tempo Comum - reflexão...


Marcos 7,1-13.


Os fariseus e alguns doutores da Lei vindos de Jerusalém reuniram-se à volta de Jesus, e viram que vários dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. É que os fariseus e todos os judeus em geral não comem sem ter lavado e esfregado bem as mãos, conforme a tradição dos antigos; ao voltar da praça pública, não comem sem se lavar; e há muitos outros costumes que seguem, por tradição: lavagem das taças, dos jarros e das vasilhas de cobre. Perguntaram-lhe, pois, os fariseus e doutores da Lei: «Porque é que os teus discípulos não obedecem à tradição dos antigos e tomam alimento com as mãos impuras?» Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos. Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» E acrescentou: «Anulais a vosso bel-prazer o mandamento de Deus, para observardes a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e ainda: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: Se alguém afirmar ao pai ou à mãe: 'Declaro Qorban’ isto é, oferta ao Senhor aquilo que poderias receber de mim..., nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, anulando a palavra de Deus com a tradição que tendes transmitido. E fazeis muitas outras coisas do mesmo género.»

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo [Padre] Pio de Pietrelcina (1887-1968), capuchinho T, 74 ; CE, 39-40 (trad. Mediaspaul, Une pensée, p. 23)

«Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim.»

A oração é um coração a coração com Deus. [...] A oração bem feita toca o coração de Deus, incitando-O a ouvir-nos. Quando rezamos, que todo o nosso ser se volte para Deus: os nossos pensamentos, o nosso coração. [...] O Senhor deixar-Se-á vencer e virá em nosso auxílio. [...]

Reza e espera. Não te agites; a agitação é inútil. Deus é misericórdia e há-de escutar a tua oração. A oração é a nossa melhor arma: é a chave que abre o coração de Deus. Deves dirigir-te a Jesus, menos com os lábios do que com o coração.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

2ª-feira da semana V do Tempo Comum - reflexão...


Marcos 6,53-56:


Finda a travessia, aproximaram-se de Genesaré e aportaram. Assim que saíram do barco, reconheceram-no. Acorreram de toda aquela região e começaram a levar os doentes nos catres para o lugar onde sabiam que Ele se encontrava. Nas aldeias, cidades ou campos, onde quer que entrasse, colocavam os doentes nas praças e rogavam-lhe que os deixasse tocar pelo menos as franjas das suas vestes. E quantos o tocavam ficavam curados.


Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santa Teresa d'Ávila (1515-1582), carmelita, Doutora da Igreja

Exclamação 16 (trad. a partir de Auclair, Oeuvres, 1964, p. 534 e OC, Cerf, 1995, p. 892)

«E quantos O tocavam ficavam curados»

Ó Deus verdadeiro e Senhor meu! Para a alma afligida pela solidão em que vive na Tua ausência, é grande consolo saber que estás em toda a parte. Mas que sentido há nisto, Senhor, quando a força do amor e a impetuosidade desta pena aumentam, e o coração se atormenta, a tal ponto, que nem podemos já compreender nem conhecer tal verdade? A alma percebe apenas que está apartada de Ti, e nenhum remédio admite. Porque o coração que muito ama não consente outros conselhos nem consolos, senão os vindos d'Aquele que o feriu; d'Ele, somente, espera a cura para a pena.

Quando Tu queres, Senhor, depressa saras a ferida que fizeste. Ó meu Bem-Amado, com quanta compaixão, com quanta doçura, bondade e ternura, com quantas mostras de amor Tu saras estas chagas feitas com as setas do Teu amor! Ó meu Deus, Tu és o repouso para todas as penas. Não será loucura vã procurar meios humanos para curar os que vivem enfermos do divino fogo? Quem poderá saber aonde tal ferida chegará, donde vem, e como mitigar tão penoso tormento? [...] Quanta razão tem a esposa do Cântico dos Cânticos, ao dizer: «O meu amado é para mim e eu para ele!» (Ct 2,16) Porque o amor que sinto não pode ter origem em algo tão baixo como é este meu amor. E no entanto, Esposo meu, sendo ele assim tão baixo, como entender que seja afinal capaz de superar todas as coisas criadas, para chegar a seu Criador?

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Domingo da semana V do Tempo Comum - reflexão...


S. Marcos 1,29-39:


Saindo da sinagoga, foram para casa de Simão e André, com Tiago e João. A sogra de Simão estava de cama com febre, e logo lhe falaram dela. Aproximando-se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. À noitinha, depois do sol-pôr, trouxeram-lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por toda a espécie de males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era. De madrugada, ainda escuro, levantou-se e saiu; foi para um lugar solitário e ali se pôs em oração. Simão e os que estavam com Ele seguiram-no. E, tendo-o encontrado, disseram-lhe: «Todos te procuram.» Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim.» E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas deles e expulsando os demónios.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja

Comentário sobre o evangelho de São Marcos, 2; PLS 2, 125 ss (trad. DDB 1986, p. 52)

«Jesus tomou-a pela mão e levantou-a»

«Aproximando-Se, Jesus tomou-a pela mão e levantou-a.» Com efeito, esta doente não conseguia levantar-se sozinha; estando acamada, não conseguia ir ao encontro de Jesus. Mas este médico misericordioso aproximou-Se da cama dela. Aquele que havia trazido uma ovelha doente aos ombros (Lc 15, 5) aproxima-Se agora desta cama. [...] Ele aproxima-se sempre mais, para curar ainda mais. Reparem bem no que está escrito aqui [...]: «Tu devias certamente ter vindo ao Meu encontro, ter vindo acolher-Me à porta da tua casa; mas então a tua cura não resultaria tanto da Minha misericórdia, mas da tua vontade. Uma vez que uma febre tão forte te oprime e te impede de te levantares, Eu próprio venho ter contigo.»
«E levantou-a». Como ela não se conseguia erguer sozinha, é o Senhor que a levanta. «Ele tomou-a pela mão e levantou-a.» Quando Pedro se encontrava em perigo no mar, no momento em que ia afogar-se, também ele foi tomado pela mão e se levantou. [...] Que bela marca de amizade e de afeição por esta doente! Ele levanta-a tomando-a pela mão; a Sua mão curou a mão da doente. Ele pegou nesta mão como o teria feito um médico, que toma o pulso e avalia o grau de febre, Ele que é simultaneamente médico e remédio. Jesus toca-lhe e a febre desaparece.
Desejemos que Ele toque na nossa mão para que, assim, os nossos actos sejam purificados. Que Ele entre em nossa casa: levantemo-nos da nossa cama, não fiquemos deitados. Jesus encontra-Se à nossa cabeceira e nós permanecemos deitados? Vamos lá, levantemo-nos! [...] «No meio de vós encontra-se Alguém que não conheceis» (Jn 1, 26); «o Reino de Deus está dentro de vós» (Lc 17, 21). Tenhamos fé e veremos Jesus presente no meio de nós.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

5ª-feira da semana IV do Tempo Comum - reflexão...


S. Marcos 6,7-13:



Chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos malignos. Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser um cajado: nem pão, nem alforge, nem dinheiro no cinto; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas. E disse-lhes também: «Em qualquer casa em que entrardes, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos numa localidade, se os seus habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés, em testemunho contra eles.» Eles partiram e pregavam o arrependimento, expulsavam numerosos demónios, ungiam com óleo muitos doentes e curavam-nos.
Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Santo Pio X, papa de 1903 a 1914

Encíclica «E supremi apostolatus»

Enviados por Cristo para o mundo inteiro

«Ninguém pode pôr outro fundamento diferente do que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Cor 3, 11), Ele «a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo» (Jo 10, 36), «esplendor da Sua glória e imagem da Sua substância» (Heb 1, 3), verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sem Quem ninguém pode conhecer perfeitamente a Deus, porque «ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar» (Mt 11, 27). Donde se segue que «reunir sob a chefia de Cristo todas as coisas» (Ef 1, 10) e fazer regressar os homens à obediência a Deus são uma e a mesma coisa. É por isso que o objectivo para o qual devem convergir todos os nossos esforços consiste em fazer regressar o género humano à soberania de Cristo. Desse modo, o homem será, por isso mesmo, reconduzido a Deus: não a um Deus inerte e despreocupado das realidades humanas, como imaginaram certos filósofos, mas a um Deus vivo e verdadeiro, em três Pessoas, na unidade da Sua natureza, Criador do mundo, que estende a todas as coisas a Sua providência infinita, justo doador da lei, que julgará a injustiça e garantirá à virtude a sua recompensa.

Ora, onde se encontra a via que nos dá acesso a Jesus Cristo? Está diante dos nossos olhos: é a Igreja. Com razão nos diz São João Crisóstomo: «A Igreja é a tua esperança, a Igreja é a tua salvação, a Igreja é o teu refúgio.» Foi para isso que Cristo a estabeleceu, depois de a ter adquirido pelo preço do Seu sangue. Foi para isso que lhe confiou a Sua doutrina e os preceitos da Sua Lei, prodigando-lhe ao mesmo tempo os tesouros da Sua graça, para a santificação e a salvação dos homens. Vede pois, veneráveis irmãos, a obra que nos foi confiada [...]: nada mais pretender do que a todos formar em Jesus Cristo. [...] Trata-se da mesma missão que Paulo atestava ter recebido: «Filhinhos meus, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós» (Gal 4, 19). Ora, como havemos de cumprir semelhante dever, se não estivermos primeiramente «revestidos de Cristo» (Gal 3, 27)? E revestidos a ponto de podermos dizer: «Para mim, o viver é Cristo» (Fil 1, 21).

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

4ª-feira da semana IV do Tempo Comum - reflexão...


S. Marcos 6,1-6:


E partiu dali. Foi para a sua terra, e os discípulos seguiam-no. Chegado o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes enchiam-se de espanto e diziam: «De onde é que isto lhe vem e que sabedoria é esta que lhe foi dada? Como se operam tão grandes milagres por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E as suas irmãs não estão aqui entre nós?» E isto parecia-lhes escandaloso. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa.» E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. Jesus percorria as aldeias vizinhas a ensinar.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

São Boaventura (1221-1274), franciscano, Doutor da Igreja

Meditações sobre a vida de Cristo; Opera omnia, t. 12, pp. 530 ss. (trad. Bouchet, Lectionaire, p. 66)

«De onde é que isto Lhe vem? [...] Não é Ele o carpinteiro, o Filho de Maria?»

O Senhor Jesus, regressando do Templo e de Jerusalém a Nazaré com seus pais, morou com eles até à idade de trinta anos «e era-lhes submisso» (Lc 2,51). Não se encontra nas Escrituras o que é que Ele fez durante todo este tempo, o que parece bastante surpreendente. [...] Mas, se olharmos com atenção, veremos claramente que, não fazendo nada, fazia maravilhas. Cada um dos Seus gestos revela, com efeito, o Seu mistério. E, como agia com poder, também Se calou com poder, permanecendo recolhido na obscuridade com poder. O Mestre soberano, que nos vai ensinar os caminhos da vida, começa desde a Sua juventude a fazer obras de poder, mas de uma forma surpreendente, incógnita e inconcebível, parecendo aos olhos dos homens inútil, ignorante, e vivendo no opróbrio. [...]

Ele apreciava cada vez mais esta maneira de viver, a fim de ser julgado por todos como um ser pequeno e insignificante; isto fora anunciado pelo profeta, que dissera em seu nome: «Eu sou um verme e não um homem» (Sl 21,7). Vês portanto o que Ele fazia, não fazendo nada. Tornava-se desprezível [...]; acreditas que isso era pouca coisa? Seguramente, não era Ele que tinha necessidade disso, mas nós. Não conheço nada mais difícil nem mais grandioso. Parece-me que chegaram ao mais alto grau aqueles que, de todo o seu coração e sem fingimento, se possuem suficientemente para não procurarem nada de outrem senão ser desprezados, não contar para nada e viver num abaixamento extremo. É uma vitória maior que a tomada de uma cidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

3ª-feira da semana IV do Tempo Comum - reflexão...


S. Marcos 5,21-43:


Depois de Jesus ter atravessado, no barco, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto dele, que continuava à beira-mar. Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-lo, prostrou-se a seus pés e suplicou instantemente: «A minha filha está a morrer; vem impor-lhe as mãos para que se salve e viva.» Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que o apertava. Certa mulher, vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de muitos médicos e gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-lhe, por detrás, nas vestes, pois dizia: «Se ao menos tocar nem que seja as suas vestes, ficarei curada.» De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue, e sentiu no corpo que estava curada do seu mal. Imediatamente Jesus, sentindo que saíra dele uma força, voltou-se para a multidão e perguntou: «Quem tocou as minhas vestes?» Os discípulos responderam: «Vês que a multidão te comprime de todos os lados, e ainda perguntas: 'Quem me tocou?’» Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver aquela que tinha feito isso. Então, a mulher, cheia de medo e a tremer, sabendo o que lhe tinha acontecido, foi prostrar-se diante dele e disse toda a verdade.
Disse-lhe Ele: «Filha, a tua fé salvou-te; vai em paz e sê curada do teu mal.» Ainda Ele estava a falar, quando, da casa do chefe da sinagoga, vieram dizer: «A tua filha morreu; de que serve agora incomodares o Mestre?» Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente.» E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. Entrando, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» Mas faziam troça dele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da menina e os que vinham com Ele, entrou onde ela jazia. Tomando-lhe a mão, disse: «Talitha qûm!», isto é, «Menina, sou Eu que te digo: levanta-te!» E logo a menina se ergueu e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram assombrados. Recomendou-lhes vivamente que ninguém soubesse do sucedido e mandou dar de comer à menina.
Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

São João Crisóstomo (c. 345-407), padre em Antioquia e, seguidamente, Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja

Homilias sobre São Mateus, n° 31, 1-3 (trad. Véricel, O Evangelho Comentado, pp. 155-156)

«Por quê todo este alarido e tantas lamentações? [...] Está a dormir.»

«Ao chegar a casa do chefe da sinagoga, encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. Entrando, disse-lhes: «Por quê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» Mas faziam troça Dele.» Assim nos ensina Jesus a não temer a morte, porque não é uma verdadeira morte: de agora em diante, não é mais do que um sono. E, como Ele próprio ia morrer, prepara os seus discípulos, ressuscitando outras pessoas, para que tenham confiança Nele e não se assustem quando Ele morrer. Porque, desde a vinda de Cristo, a morte tornou-se apenas um sono.

No entanto, faziam troça Dele; mas Ele não se indignou com esta falta de confiança no milagre que ia operar; não lhes censurou os sorrisos, para que esses mesmos sorrisos, tal como as flautas e os restantes preparativos, tornassem bem óbvia a morte da menina. Vendo, pois, os músicos e a multidão, Jesus fê-los sair a todos; e fez o milagre na presença dos pais [...], como se a acordasse do sono [...].

É evidente que, agora, a morte já não é mais que um sono; hoje, esta é uma verdade mais brilhante do que o sol. «Mas explica-me por que não ressuscitou Jesus o meu filho!» Pois não, mas ressuscitá-lo-á, e em muito maior glória. Porque esta menina, que fez regressar à vida, morreu de novo, enquanto que o teu filho, quando Ele o ressuscitar, permanecerá imortal. Portanto, que mais ninguém chore, nem se lamente, nem critique a obra de Cristo. Porque Ele venceu a morte. Por que derramas lágrimas inúteis? A morte tornou-se num sono: por quê gemer e chorar?

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Dominicano português na Comissão Bíblica Pontifícia


Frei Francolino Gonçalves, Dominicano, é investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém.
Bento XVI nomeou este Sábado o Dominicano português Francolino Gonçalves, investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, como membro da Comissão Bíblica Pontifícia. A nomeação é válida para os próximos cinco anos, com possibilidade de renovação.
O sacerdote nasceu em Corujas, Macedo de Cavaleiros, em Março de 1943. Entrou para os Dominicanos, em Fátima, no ano de 1959 e foi ordenado sacerdote em Novembro de 1968, na cidade canadiana de Montréal.
O Frei Francolino Gonçalves junta-se a um grupo dos mais distintos biblistas da Igreja Católica, que provêm de várias escolas e nações, por se terem destacado pela sua “ciência, prudência e sentir católico em relação ao magistério eclesiástico”, como explica a Santa Sé.
O percurso académico, no estudo das Escrituras, do Dominicano português passou pela Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém (onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian), pelo Instituto Orientalista de Lovaina (Bélgica) e pela Universidade Dominicana de Filosofia e Teologia de Ottawa (Canadá).
É doutor em filologia e história orientais pela Universidade Católica de Lovaina e em Letras (História da Antiguidade) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Lecciona na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém desde 1975 e é professor convidado em várias Universidades de Teologia.
Os seus principais centros de interesse são a dimensão política do profetismo no Próximo Oriente Antigo e a história da formação dos livros proféticos da Bíblia, em especial Isaías e Jeremias.

Notícia publicada pela Agência Ecclesia

2ª-feira da semana IV do Tempo Comum - reflexão...


S. Lucas 2,22-40


Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no Jerusalém para o apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor» e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas. Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito. Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos, Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.» Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele. Simeão abençoou os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.» Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

Da Bíblia Sagrada

Comentário ao Evangelho do dia feito por

Beato Guerric d'Igny (c.1080-1157), abade cisterciense

1.º Sermão para a festa da Purificação da Virgem Maria, 2.3.5 ; PL 185, 64-65 (a partir da trad. de Delhougne, Les Pères commentent, p. 470 ; cf SC 166, pp. 315 ss.)

«Porque meus olhos viram a Salvação que ofereceste a todos os povos»

Eis, meus irmãos, entre as mãos de Simeão, um círio aceso. Acendei também, nesta luminária, os vossos círios, lâmpadas que o Senhor vos ordena que segureis, acesas, em vossas mãos (Lc 12,35). «Aqueles que O contemplam ficam iluminados» (Sl 33,6); aproximai-vos pois, de maneira a serdes, mais que meros portadores de velas, luzes que brilham no interior e no exterior, para vós mesmos e para o próximo.

Que haja portanto uma vela acesa no vosso coração, na vossa mão, na vossa boca! Que a lâmpada que tendes no coração brilhe para vós mesmos, que a lâmpada que tendes na mão e na boca brilhe para o vosso próximo. A lâmpada que tendes em vosso coração é a devoção inspirada pela fé; a lâmpada que tendes em vossa mão, o exemplo das boas obras; a lâmpada na vossa boca, a palavra que edifica. Porque não devemos contentar-nos em ser luzes aos olhos dos homens por nossos actos e palavras, pois é preciso também que brilhemos diante dos anjos, com a oração, e diante de Deus, com as nossas intenções. A nossa lâmpada diante dos anjos é a pureza da devoção que nos faz cantar com recolhimento ou rezar com fervor, na sua presença. A nossa lâmpada diante de Deus é a resolução sincera de agradar unicamente Àquele diante de Quem encontrámos a graça [...]

Assim, a fim de acendermos todas estas lâmpadas, deixai-vos iluminar, irmãos, aproximando-vos da fonte da luz, Jesus, que brilha nas mãos de Simeão. Ele quer, seguramente, iluminar a vossa fé, fazer resplandecer as vossas obras, inspirar-vos palavras para dizerdes aos homens, encher-vos de fervor na oração e purificar as vossas intenções [...]. E, quando a lâmpada desta vida se extinguir [...], vereis a luz da vida que não se extingue levantar-se e elevar-se na noite como o esplendor da luz do meio-dia.

Notícias da Igreja

A vinda de Jesus à Terra